Utilize os links abaixo para navegar através da Colecção.
Ernesto de Sousa via a vida como arte e não a arte como uma parte da vida. Encorajava outros a romperem barreiras e a explorarem novas linguagens, e tornou-se transversal ao desenvolvimento das ideias de vanguarda em Portugal, divulgando a arte dentro do país e promovendo os artistas nacionais no contexto mundial.
É nesta incessante procura, pluralidade e iniciativas que organiza a exposição Alternativa Zero, em 1977, com a participação de importantes artistas. Alguns dos cartazes mostrados nessa exposição fazem parte desta colecção e representam a influência da arte internacional na arte portuguesa, no final da década de 1960 e ao longo da década de 70, e marcam a viragem da cena artística nacional para o exterior.
É também dentro deste contexto de partilha que encontramos a importância dos Cartazes do Espólio Ernesto de Sousa no contexto do século XX: o cartaz como ferramenta de comunicação e de reprodução da arte portuguesa e internacional. A colecção abrange obras dos artistas mais expressivos da época, assim como designers e colectivos gráficos. Atravessa várias décadas, começando em 1948 com "Réseau Aerien Mondial", um dos ilustres mapas publicitários desenhados por Lucien Boucher para a companhia aérea Air France. São cerca de 1500 obras numa colecção a que Isabel Alves, mulher do artista, deu continuidade mesmo depois da sua morte. Cartazes com fotografias, textos, novas linguagens, eram utilizados para divulgar exposições e eventos culturais ou políticos, permitindo uma análise histórica e sociológica dos acontecimentos da época e, ao mesmo tempo, mostrando a evolução da vertente técnica utilizada pelos designers desde a segunda metade do século XX até aos dias de hoje.
A dedicação de Ernesto de Sousa a esta colecção permite analisar o cartaz como documento histórico e reconhecer o talento dos artistas portugueses para transmitir ideias através de uma nova mentalidade, mais liberta e sensitiva.
Joe Berardo
|  |